Pesquisa da ULBRA analisa imagens de 1.000 a.C

Tanto a guerra quanto a religião são práticas que acompanharam o homem ao longo de toda a história da humanidade. A professora do curso de História da ULBRA Canoas, Kátia Pozzer, coordena o grupo de pesquisa do Laboratório de Pesquisa do Mundo Antigo (Lapema) que estuda a Guerra e Religião na Iconografia Neo-Assíria, que busca compreender a relação entre a religião e os conflitos militares através da representação imagética dos símbolos religiosos nas narrativas visuais da guerra.

Os assírios viviam em terras que hoje fazem parte do norte do Iraque, cerca de mil anos antes de Cristo. Eles esculpiam nas paredes dos palácios reais a história da constituição do seu Império, construído através de inúmeras guerras. Os relevos mostram os saques realizados nas cidades dominadas, as filas de deportados e cenas de soldados inimigos decapitados.

Os assírios faziam expedições para ir até a Fenícia (atual região do Líbano), no período de 1.000 a 612 a.C. Os escribas acompanhavam os exércitos nas viagens e anotavam como a batalha se passava. No retorno, os artistas se baseavam nos escritos e produziam os relevos, que eram supervisionados e orientados pelo rei e seus secretários. “As paredes internas dos palácios eram de alabrastro, uma pedra macia e clara, o que facilitava a confecção da iconografia. As cores utilizadas nas obras originavam-se de pigmentos naturais e de minerais da Mesopotâmia”, complementa a pesquisadora.

“A necessidade de contar em imagens o que se passou é específico dos assírios. Eles queriam deixar registrada a sua história para os que viessem depois. Para mostrar sua bravura, eles esculpiam suas vitórias nas paredes dos palácios, que eram frequentados pela elite da época, formada por embaixadores e outros reis” afirma Kátia. Os assírios eram considerados o povo mais cruel. Eles conquistaram toda a Mesopotâmia e Babilônia. Kátia conta que através dos relevos verificou-se como os assírios inovaram na tecnologia: “os carros de guerra, por exemplo, tinham seis raios, o que os deixavam mais leves e velozes, e os tornavam vencedores de muitas guerras”.

Os reis assírios inovaram na representação de suas imagens quando passaram a associar símbolos religiosos e devoção aos deuses nos relevos e na estatutária deste período. Segundo a pesquisadora, fica evidente a relação entre guerra e religião: “toda conquista tinha uma justificativa religiosa. Os assírios assimilavam a guerra a uma luta contra as forças do mal. Para eles, o rei assírio era instrumento da justiça divina, sendo sempre bom e justo, enquanto o inimigo era mentiroso, mau e impuro”.

Segundo Kátia, alguns relevos sobreviveram apenas pelos desenhos dos arqueólogos que os encontraram. “São cerca de três mil anos de história, gravados em pedras e esquecidos pela humanidade” conta. A pesquisa na área, primeira no Brasil, está muito mais rica que a pesquisadora imaginava. A bibliografia utilizada é toda estrangeira e conta com diversas fontes, algumas até mesmo de museus.

Foram selecionados 60 relevos melhores preservados, cada um composto de várias lajes. Através da iconografia, a pesquisadora realiza a descrição detalhada, análise e interpretação da obra, montando novamente a história. “Eles transferiam a etimologia da palavra para as imagens. Produziam com tanta perfeição que é possível identificar qual era o povo inimigo através das feições e padrões de identificação. “A riqueza de detalhes é absolutamente fascinante. Foram desenhados, minuciosamente, vestimentas, coroas, adereços e expressões” explica Kátia Pozzer.

A pesquisa recebeu apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), além de recursos da própria ULBRA.

O grupo de pesquisa composto, ainda, por três acadêmicos do curso de História, bolsistas do CNPq, da Fapergs e do PROICT/ULBRA, irá apresentar os resultados do estudo no VII Encontro Nacional de História Antiga da Associação Nacional de História na UNIRIO no final do mês de agosto. Informações no site http://encontro2010.gtantiga.net/index.html.


Postado por LAPEMA terça-feira, 9 de novembro de 2010 0 comentários


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As professoras Katia Pozzer e Paulina Nólibos e os acadêmicos Simone da Silva e Leandro dos Santos, do curso de História da ULBRA Canoas, participaram do VII Encontro Nacional do Grupo de Trabalho em História Antiga, da Associação Nacional de História. O evento, realizado no Rio de Janeiro, teve como tema A busca do antigo.

O evento reuniu os pesquisadores em História Antiga de todo o Brasil, tendo conferencista convidada a doutora Lynette Mitchell, do Department of Classics & Ancient History, da University of Exeter, Inglaterra.

A Universidade foi representada na mesa-redonda com o tema Novas tecnologias, novas metodologias: experiências acadêmicas na ULBRA/RS, mediada por Kátia Pozzer, convidada do evento. A professora da ULBRA apresentou os resultados da pesquisa do Laboratório de Pesquisa do Mundo Antigo (Lapema) e do Núcleo de Pesquisa em Teatro e História, ambos do curso de História de Canoas.

Confira os trabalhos apresentados pela ULBRA no VII Encontro Nacional do Grupo de Trabalho em História Antiga:

Katia Maria Paim Pozzer – Uma história assíria: o espetáculo do terror numa composição artística

Simone S. da Silva – A História Antiga e as novas fontes digitais

Leandro Barbosa dos Santos – Método e interpretação de relevos neoassírios

Paulina Terra Nólibos – Representações do passado em vivências no presente: as experiências do Núcleo de Pesquisa em Teatro e História

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Profª. Renata Rozental fala sobre religião, cultura política e poder na Península Ibérica
A ampliação dos horizontes de observação do historiador sobre o passado humano constitui-se, indubitavelmente, num dos maiores avanços adquiridos pela ciência histórica nas últimas décadas. É neste sentido que a aproximação entre História, Antropologia, Sociologia Política e Literatura, vem coadunar-se às mais recentes tendências metodológicas verificadas nas ciências humanas, entre as quais revela-se primordial a interdisciplinaridade.

Este trabalho, como parte do projeto coletivo desenvolvido pelo Programa de Estudos Medievais do Departamento de História - “A Península Ibérica e a sua Inserção no Mundo Medieval e Renascentista”-, tem por objetivo analisar, em seus atributos sócio-culturais as relações judaico-cristãs na Alta Idade Média.
Leia mais!

Postado por LAPEMA segunda-feira, 8 de novembro de 2010 0 comentários

I Congresso Internacional de Religião, Mito e Magia no Mundo Antigo
IX Fórum de Debates em História Antiga da UERJ
De 8 a 12/11/2010
Conferência de Abertura: Prof. Dr. Daniel Ogden- University of Exeter - London
Conferência de Encerramento: Prof. Dr. Francisco Marshall - UFRGS
Prazo para envio de resumos: de 01/05/2010 a 30/09/2010

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